Escritores cearenses são finalistas do Prêmio Jabuti 2021

 Celma Prata, Ciro Gomes e Diego Vinhas entre os finalistas do Prêmio Jabuti 2021.Foto: Divulgação

Os cearenses Celma Prata e Diego Vinhas estão na lista dos finalistas do Prêmio Jabuti 2021, mais importante honraria dedicada à literatura e ao segmento editorial do País. A primeira concorre na categoria Conto, com a obra “Confinados”, publicado pela editora Sete; já o segundo figura na seleção com o livro de poemas “Corvos contra a noite”, publicado pela editora 7Letras.

Os 10 finalistas de cada uma das 20 categorias do prêmio foram divulgados nesta terça-feira (9) pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), à frente da iniciativa. No dia 16 de novembro, às 12h, será divulgada a lista com os cinco finalistas. Por sua vez, os vencedores das 20 categorias e o ganhador do Livro do Ano serão revelados durante a cerimônia de premiação online. 

Para além dos escritores já citados, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), natural de São Paulo, também consta na seleção de finalistas ao Jabuti deste ano. Ele concorre com a obra “Projeto nacional: o dever da esperança”, publicado pela editora Casa dos Mundos.

Na descrição do trabalho, tem-se que “em livro inédito, Ciro Gomes explica a crise política e econômica e convida o leitor a debater o país. (…) É um convite para debater racionalmente o país que somos e o país que desejamos ser”.

A cerimônia de premiação do Jabuti acontecerá no dia 25 de novembro, às 19h, e será transmitido no canal do YouTube da CBL.

TRABALHOS RECONHECIDOS

“Confinados”, de Celma Prata, nasceu de diversas urgências, conforme afirmou a autora: “Essas que surgem sem aviso-prévio e nos pegam sempre desprevenidos, e que nos consomem até o insuportável”.

O livro apresenta cinco narrativas cujo pano de fundo são conflitos desencadeados pelo isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus. Logo, são histórias que expõem a fragilidade humana diante dos limites da existência.

Em “A peste e o menino turco”, por exemplo, um peregrino chega a longínquo vilarejo para provocar pessoas agrilhoadas em suas crenças. Já “Mundo cão” desnuda o desespero da personagem cuja sobrevivência depende de animais de estimação abandonados por seus donos. 

“Joaquim”, por outro lado, traz um garoto de dez anos que sofre com a irritação dos pais diante da prolongada quarentena. “Estalidos” segue o fluxo ao narrar a proximidade entre barbárie e civilização. E, por fim, “A boneca de tranças” inspira o leitor a repensar o sentido da existência, o valor das relações afetivas, da compaixão e da humildade.

No contexto da Poesia, Diego Vinhas e seu “Corvos contra a Noite”  lançam mão da construção poética a partir do caos e da iniquidade em que a humanidade se encontra submersa. A recusa em se esquivar de temas com alta carga de tensão reflete, nas palavras de Tarso de Melo, uma “espécie de ‘câmara de ecos’, em que vozes de vários tempos e lugares, […] gritos, estalidos, ruídos, sirenes e o zumbido indiferentes de drones se misturam e reproduzem o atordoamento de nossa época”.

Não à toa, a associação das palavras “corvos” e “noite” no título do novo livro de escritor de Fortaleza é um prenúncio da atmosfera única da obra.

DIVERSIDADE

Neste ano, a lista de finalistas do Prêmio Jabuti prezou pela diversidade. Grande parte das obras que constam na seleção foram publicadas por editoras independentes ou de menor porte, em detrimento das grandes casas de editoração do livro.

Esta edição tem curadoria do editor e tradutor Marcos Marcionilo, com a colaboração de um conselho composto por especialistas e profissionais de múltiplas áreas do conhecimento: Ana Elisa Ribeiro, Bel Santos-Mayer, Camile Mendrot e Luiz Gonzaga Godoi Trigo.

Em números, houve um crescimento de 31% das obras inscritas na premiação deste ano, quando comparado à edição passada: foram 3.422 inscrições. Também neste ano, há 127 selos editoriais diferentes e 8 autores independentes.

O Prêmio Jabuti, que em 2021 homenageia o escritor Ignácio de Loyola Brandão, trouxe uma nova organização para suas categorias. Agora, o eixo Ensaios chama-se Não Ficção. Já o eixo Livro foi atualizado como Produção Editorial. As categorias seguem separadas em quatro eixos: Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação.

Diário do Nordeste VERSO – Escrito por Redação, 14:25 / 09 de Novembro de 2021

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