Livro biográfico aborda a trajetória do caricaturista cearense Mendez

Obra do cartunista Mendez é tema de livro(foto: Divulgação)
Obra do cartunista Mendez é tema de livro(foto: Divulgação)

A vida e obra do caricaturista cearense Mário Mendes (1907 – 1996), conhecido pelo pseudônimo Mendez, é tema do livro “Mendez – mestre da caricatura”. A publicação percorre a trajetória de um dos maiores nomes da caricatura no Brasil com o apoio de mais de 468 arquivos iconográficos, entre imagens, ilustrações e documentos. O lançamento será realizado na Biblioteca Pública Estadual do Ceará (BECE) nesta quarta-feira, 9, às 18 horas.

Mendez nasceu no município de Baturité, interior do Ceará, e teve o primeiro contato profissional com o desenho e a pintura no ateliê do ilustrador Manoel de Queirós, onde pintava os frequentadores dos cafés da Praça do Ferreira nas horas vagas. A projeção nacional veio ao lado da carreira que firmou no Rio de Janeiro a partir de 1925, com a qual colaborou em jornais como “A Noite” e “O Globo”, e ilustrou personalidades como Di Cavalcantti, Jorge Amado e Getúlio Vargas. 

Autor de “Mendez – mestre da caricatura”, o historiador Levi Jucá afirma que o interesse pela vida do artista nasceu em 2014, quando foi morar em Baturité. Desde então, ele dedica parte do ofício para pesquisar os aspectos sociais e culturais locais, assim como as narrativas de figuras da região. “Em 2017 eu publiquei ‘Um Século de Magia’, o meu primeiro livro biográfico sobre o Luiz Severiano Ribeiro”, relembra. Após uma viagem para divulgar a obra no Rio, despertou o interesse de resgatar o percurso de Mendez, “filho ilustre do Ceará que conquistou o Brasil, mas é pouco conhecido na terra natal”, elucida.

O processo de montagem do escrito começou pela consulta do vasto acervo do caricaturista. Levi garimpou em arquivos de imprensa e de colecionadores até conseguir localizar as famílias do cearense e obter acesso aos documentos privados. A produção durou, aproximadamente, quatro anos e a publicação foi realizada pelo Ecomuseu de Pacoti, com apoio da Secretaria de Cultura do Ceará (Secult) , com recursos da Lei Aldir Blanc. “Mendez merecia uma estátua lá em Baturité. Eu até brinco com isso, mas sem exagero, porque eu acho que poderia existir uma escola de artes e ofícios com o nome dele. Infelizmente, falta essa sensibilidade dos órgãos públicos, principalmente no interior”, opina.

O POVO online – m21:30 | Fev. 07, 2022 Autor Lara Montezuma

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